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19/04/2012

Doce solidão




Hoje acordei mais cedo, tratei de pôr em dia os meus deveres
olho para as ruas ainda tão desertas, o silêncio grita.
Tirei a poeira dos meus livros ignorando as recomendações do médico (nada de poeira, não é bom para sua alergia).
Encontrei dedicatórias antigas, coisas como "Nêgo, você é meu maluco favorito", " de humano para poeta", em fim.
Almocei sozinho ouvindo um som, eram discos esquecidos na gaveta, lendas do rock
por assim dizer sobre Sebastian Bach e black Sabbath.
Tirei umas fotos do dia para capturar o momento, solidão devidamente fotografada.
Com as portas ainda fechadas ocorreu uma coisa engraçada.
Acendi um dos cigarros que meu irmão esqueceu sobre a mesa da cozinha,
queria me sentir como aqueles prosadores que buscam na fumaça que entra e sai do seus pulmões a inspiração que falta para dar início a seu próximo romance. Mas eu não parava de turcir, apaguei o cigarro na metade, desistindo de ser escritor.
Peguei o violão, soei três acordes e o larguei.
Resolvi sair como que tem para aonde ir, mas não tinha.
Liguei a TV desliguei a TV , sentei na cama, na calçada, na cadeira, no banco da praça, olhei o quotidiano.
Pego o celular, 3 da tarde, nenhuma ligação perdida. Que tédio.
Amanhã acordarei ao meio dia.


( Eliano Silva)

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