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13/02/2013



Nada de substantivo.
Somente o verbo,
a pragmática.

Já usamos muito o amor.
Está na hora de amar.


(Eliano Silva)

11/02/2013

Vestígios



Tinha vestígios de arte na calmaria.
Tinha o eco do silêncio
a sinfonia da poeira repousando sobre os livros

Tinha a penumbra

Tinha uma garrafa de vinho
um pardal levando gravetos pro seu ninho
Tinha um chambre seu

Tinha Quintana
Tinha Neruda
Tinha Caio Fernando Abreu

Tinha uma lenta cronologia
eu pensei que era tédio
mas era poesia

(Eliano Silva)

09/02/2013



Diz-se que o tempo
é quem reestrutura,
anestesia, restabelece,
mas o tempo, 
quem cura?


(Eliano Silva)

06/02/2013

Soneto Errado


O lento desenho percorrido
do seu viçoso corpo tremente,
balbucia no leito, demente,
indícios do gozo no gemido.

O brilho da pele descoberta
molhada de suor e saliva,
a língua inquieta, instintiva,
explora-a enquanto lhe desperta.

Com o ritmo incerto do rangir,
o prazer dilata e umedece,
os pelos que se põe eriçados.

A noite se deixa interagir,
como se o amanhã não houvesse,
no tempo e espaço ignorados.

(Eliano Silva)                                                                                        

05/02/2013


         Eu sou um
 viciado físico
          e a dependência
   é de você
                           eu preciso
                           te cheirar
                         te beber
                         te tocar

                         te comer

(Eliano Silva)

04/02/2013

A(mor)vião















Não me acostumo com o avião,
Que faz a gente voar,
Que tira a gente do chão,
Que faz a gente chegar,
Que faz a gente partir,
Na partida, a gente chorar,
Na chegada, a gente sorrir,
Na turbulência, a gente temer,
Ter frio na barriga ao embarcar,
Na queda, a gente morrer,
Ou gravemente se machucar,

O amor é um avião.

(Eliano Silva)                                                                                                                  

02/02/2013




Não gosto da possibilidade.
Eu gosto é da certeza.
Do fato consumado na mesa.



Eu gosto do gosto amargo do café.



A função em funcionamento.
A movimentação em movimento.
O amor amando, caramba!



(Eliano Silva)

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